quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tuberculose e HIV, qual sua ligação e taxa de co-infecção????

Tubeculose e HIV 
A elevação das taxas de co-infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e bacilo da tuberculose
(TB) determina desafi os que impedem a redução da incidência de ambas as infecções, os quais têm sido bem documentados ao longo dos últimos anos. O aumento da prevalência global do HIV teve sérias implicações para os programas de controle da TB, particularmente em países com alta prevalência dessa doença. O HIV não só tem contribuído para um crescente número de casos de TB como também tem sido um dos principais responsáveis pelo aumento da mortalidade entre os pacientes co-infectados.No Brasil são notifi cados cerca de 85.000 casos de tuberculose e 30.000 casos de Aids por ano. Com exceção da candidíase oral, a TB é a doença oportunista mais freqüente no paciente infectado pelo HIV; estudos pontuais têm mostrado que essa é também uma das principais causas associadas ao óbito nessa população.8,9 Enquanto a possibilidade de um indivíduo imunocompetente infectado pelo bacilo da TB desenvolver a doença é de cerca de 10% ao longo da vida, no indivíduo infectado pelo HIV e sem intervenção terapêutica essa probabilidade é de cerca de 10% ao
ano.1,4 Do total de casos notifi cados de TB no País, 8,1% e 7,8% eram também infectados pelo HIV,  respectivamente nos anos de 2000 e 2001. Esse percentual mostra-se bem mais elevado, no entanto, em estados onde a incidência ou o número de casos de Aids e/ou de tuberculose é maior. Em áreas de alta prevalência de HIV, a TB não pode ser prevenida e efetivamente tratada sem a prevenção e o tratamento do HIV/Aids. Por outro lado, as ações direcionadas para o controle de TB são de fundamental importância na efetividade das ações programáticas de HIV/Aids
.

Considerações sobre especifi cidades nos atendimentos de tuberculose e de HIV/Aids.

A rede pública para o tratamento de TB no Brasil foi estruturada e descentralizada ao longo das últimas décadas, com política de controle fi rmemente atrelada ao nível básico de atenção à saúde. Por outro lado, a rede de assistência à Aids é relativamente recente e seu controle concentra-se nos níveis secundário e terciário. Em relação ao tratamento dos indivíduos com tuberculose e HIV/Aids na rede pública de saúde, alguns aspectos merecem consideração, como a estruturaçãoe localização geográfi ca do atendimento. Como os indivíduos co-infectados necessitam de atenção integral e o atendimento de TB e de HIV/Aids em locais distintos difi culta e encarece o acesso à atenção, contribuindo para uma menor adesão ao tratamento. Outro aspecto são as alterações das recomendações nacionais para o tratamento quando estabelecida a concomitância das duas infecções ou das duas doenças ao longo dos anos. Houve, no decorrer dos anos de publicação dessas recomendações, uma mudança de orientação no que se refere à prioridade de tratamento. Inicialmente, o tratamento anti-retroviral (ARV) tinha primazia sobre o tratamento de TB, ou seja, o esquema anti-TB era defi nido de acordo com o esquema antiretroviral que o paciente estava utilizando por ocasião do diagnóstico de TB. Nos anos posteriores, o esquema de TB passou a ser prioritariamente defi nido, com o esquema anti-retroviral se adequando ao de TB, quando possível. Ao paciente co-infectado, há necessidade de atendimento multidisciplinar que inclua assistência médica e
psicológica, serviço social, acompanhamento jurídico e referências para encaminhamentos a outras especialidades e estruturas de apoio, muitas vezes disponíveis em organizações não governamentais (ONG). Além disso, o paciente necessita de estímulo à adesão a ambos os tratamentos e de estrutura capaz de resgatá-lo do abandono ou do uso irregular dos medicamentos, quando necessário.

Fonte: JAMA, L. F. e MOHERDAUI, F.; 2007

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